mais um "nego véio" senta-se no banco da praça... e espera que o tempo passe; traz consigo, enrolado entre os dedos as alcas de um saco plástico com toda a sorte de documentos pessoais e remédios variados que servem para isso e para mais aquilo...
uma vez mais, o mês foi maior que o salário... e as aspirinas modificadas pela biotecnologia e retiradas no posto de saúde tem sido insuficiente para o volume de ciclooxigenase produzida por seu organismo, isso para sua tristeza e dor, e, também, à revelia de seus desejos mais íntimos.
sentado no banco da praça seus pensamentos entram em diapasão com o seu passado, que já se foi há algum tempo..., só lhe resta, dele, as recordações meio esquecidas meio lembradas; já o hoje está presente nas suas dores diárias e intransferíveis, e no injusto esquecimento por parte dessa sociedade que só tem sentido existencial no espetáculo midiático e no consumo irresponsável; mas quanto ao futuro, o
"nego véio" tem às suas dúvidas, plenamente justificas, se fará parte dele ou não.
ser mais um bobo-da-corte num grupo qualquer da terceira idade não lhe apetece..., sem outra alternativa plausível só lhe resta, portanto, sentar-se, aquietar-se e esperar que o mês e a dor passem, pois já desfolhou o seu mal-me-quer por completo!
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